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“A resiliência dos europeus depende da nossa capacidade de trabalhar em conjunto”

A nova Estratégia para a União da Preparação, apresentada pela Comissão Europeia, prepara a Europa e os europeus para qualquer situação de crise, nomeadamente ameaças cibernéticas, desastres naturais ou conflitos geopolíticos. Para o eurodeputado Hélder Sousa Silva, “esta estratégia não é apenas uma necessidade administrativa, mas um imperativo moral dos Estados-membros para proteger os nossos cidadãos e garantir a continuidade dos serviços básicos”.

Hoje, em Paris, onde participa numa mesa redonda sobre “Contratos públicos no setor da Defesa”, o eurodeputado português explicou que nesta nova estratégia, é vital reforçar a cooperação entre as autoridades civis e militares, para uma resposta mais eficaz a ameaças diversificadas: “Devemos garantir que todas as partes estão alinhadas e preparadas para responder de forma eficaz a qualquer ameaça, seja ela natural ou provocada pelo homem”. E acrescentou: “A resiliência dos europeus depende da nossa capacidade de trabalhar em conjunto”.

O eurodeputado, que integra a Comissão da Defesa do Parlamento Europeu, esclareceuque a União Europeia deve estar na vanguarda da preparação para crises: “Estamos a viver tempos incertos, e a nossa capacidade de resposta depende da preparação adequada”. E recordou que o relatório Niinistö sobre a preparação e a prontidão da UE, concluíra que é urgente reforçar a preparação e a prontidão civis e militares da Europa para enfrentar os crescentes desafios atuais em matéria de segurança.

A estratégia de preparação da UE abrange uma vasta gama de riscos, incluindo catástrofes naturais, como inundações, incêndios florestais, terramotos e fenómenos meteorológicos extremos; catástrofes provocadas pelo homem, como acidentes industriais e pandemias; ameaças híbridas, que contemplam ciberataques e desinformação; assim como crises geopolíticas, onde se incluem conflitos armados e potenciais agressões contra algum Estado-membro da UE.

A estratégia define ainda diversos domínios de ação principais, que incluem: previsão e antecipação, através do reforço da capacidade de identificar ameaças emergentes; resiliência das funções vitais da sociedade, de forma a garantir a continuidade de serviços essenciais; preparação da população para responder a crises, o que inclui o kit de sobrevivência sugerido para 72 horas. No mesmo documento, é sugerida a cooperação público-privada; a coordenação de respostas, de forma a melhorar a gestão de emergências a nível da EU; e a resiliência através de parcerias externas, que podem contemplar colaborações com países parceiros para enfrentar ameaças transfronteiriças.

Na prática, a Estratégia para a União da Preparação inclui 30 ações-chave e um plano de ação pormenorizado, que integra, por exemplo, campanhas de informação e programas educativos para sensibilizar e capacitar a população para uma cultura de resiliência; criação de reservas para garantir acesso a recursos críticos, como equipamentos de emergência, medicamentos e produtos alimentares.

Em Paris, Hélder Sousa Silva explicou que “atualmente, o arsenal de gestão de crises da UE é fragmentado entre diversas instituições”. Ora, para melhor responder a situações de crise, é essencial a criação de uma União da Preparação, que reúna e coordene todas as nossas capacidades”. E continua: “Os casos mais recentes da Covid-19 e a invasão da Urânia pela Rússia demonstram vivamente a necessidade desta coordenação e a urgência numa preparação eficaz para crises. Aliás, o cenário de segurança cada vez mais complexo e volátil que a Europa enfrenta, caracterizado por tensões geopolíticas, ataques cibernéticos e híbridos, bem como pela degradação ambiental e alterações climáticas, leva-nos a uma abordagem integrada, que inclua governantes, civis, militares, académicos, empresas, comunidade científica e parceiros sociais. Só assimconclui é possível conseguir uma Europa preparada e resiliente, capaz de enfrentar os desafios do presente e do futuro.