A burocracia europeia não acompanha o ritmo da guerra. Esta foi a ideia deixada pelo eurodeputado Hélder Sousa Silva no debate sobre as conclusões do Conselho Europeu extraordinário, e em que afirmou que “o tempo da guerra é distinto do tempo da burocracia”.
Reiterando que as conclusões do Conselho Europeu do passado dia 6 de março representam o reconhecimento do “falhanço de uma estratégia que durante décadas desenvolveu um modelo de segurança contraditório”, Hélder Sousa Silva afirmou que “andamos, agora, a correr atrás do prejuízo”.
Para o eurodeputado português, que integra a Comissão da Segurança e da Defesa do Parlamento Europeu, “a segurança não é mais uma política pública, mas a condição existencial de todas as políticas públicas”. Nas suas palavras, a Europa não consegue ser “geopoliticamente relevante”, pois não tem “os instrumentos de poder necessários para influenciar a sua própria vizinhança”. E mostrou-se preocupado com “a persistente ilusão de que o tempo está do lado europeu”.
Na sua intervenção, em Estrasburgo, Hélder Sousa Silva alertou para o excesso de burocracia nas instituições da União Europeia. E exemplificou: “Enquanto a Europa delibera, as linhas da frente movem-se, as capacidades industriais de defesa deterioram-se e as vulnerabilidades estratégicas aprofundam-se”.
Acreditando que o plano Rearmar a Europa apresentado a semana passada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, abre “uma nova janela de oportunidades para a Europa”, o eurodeputado do PPE concluiu que este é mesmo “o tempo de mudar”.